O Reino de Deus triunfará sobre os reinos do mundo!
"Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre, como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro." (Dn 2.44-45)
O verdadeiro cristão sempre viverá no mundo como quem anseia pela eternidade, a nova criação. Aqui nunca será um lugar ideal para quem tem um coração regenerado. Para o discípulo de Cristo, estar no mundo significa viver num ambiente hostil, onde a oposição e a perseguição são realidades inevitáveis, pois os valores do Reino de Deus revelados na Palavra do Rei não são bem-vindos nos reinos deste mundo: "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia" (Jo 15.19).
O povo de Deus, desde Abel, morto pelo seu irmão num contexto de perseguição "religiosa", passando por toda a história, sofreu e ainda sofre severa oposição. Além disso, presenciar tanta injustiça, violência, imoralidade, corrupção e muitos outros males dos reinos ímpios desta terra é extremamente difícil para quem já foi alcançado e transformado por Cristo. Os males vistos nos reinos desse mundo, segundo uma visão bíblica, estão ligados ao coração corrupto e idólatra do homem, que busca, acima de qualquer valor, a sua própria glória sobre a terra. Tudo isso teve seu princípio na queda, foi ali que o homem declarou sua independência, voltou-se contra o reino de Deus, buscando um suposto conhecimento que, supostamente, lhe daria liberdade e poder (Gn 3). Desde então, o homem procura construir um império para si, ele não tem mais o propósito último de "glorificar a Deus e gozá-lo para sempre", pelo contrário, quer ser grande, ter um nome reconhecido, buscar a sua própria glória e estabelecer o seu reino na terra.
Alguns breves exemplos bíblicos nos mostram essa tendência do homem caído: Caim construiu uma cidade e, para dar destaque a sua descendência, pôs nela o nome do seu filho Enoque (Gn 4.17); Lameque, descendente de Caim, tomou duas mulheres para si, possivelmente para ter maior descendência e poder, gabou-se da sua violência ao impor vingança sobre os outros, zombou da justiça de Deus e declarou-se maior que Caim (Gn 4.19-24). Na busca pelo poder e por saciar os desejos perversos do seu coração, o homem encheu a terra de maldade e violência, a ponto de Deus decidir destruí-la com o dilúvio (Gn 6.11-13). A Torre de Babel foi mais uma tentativa de estabelecer um reino para glória humana, a expressão "tornemos célebre o nosso nome" evidencia o mal no coração (Gn 11.4). Deus, porém, frustrou tal tentativa, espalhando a humanidade (Gn 11.8). O homem continuou tentando glorificar o seu nome e impérios foram erguidos: o Egito, a Assíria, a Babilônia, a Medo-Pérsia, a Grécia, Roma e assim por diante. A auto exaltação é uma forte marca em cada um destes impérios. Estes são exemplos inequívocos da busca do homem por estabelecer seu reino para sua própria glória!
Na política dos reinos atuais não é diferente, o homem continua buscando poder e conhecimento para fazer exaltar seu próprio nome. Tensões internas entre seus partidos e externas nas relações políticas internacionais são marcas na história das nações em geral. Tais tensões, a princípio, parecem demonstrar que existem valores opostos sendo defendidos de cada um dos lados, como uma corda que está sendo puxada para lados opostos ao mesmo tempo criando uma tensão. Na prática, isso é verdade quanto ao povo de Deus, posto que defende os valores do reino de Deus, os quais são opostos ao valores dos reinos deste mundo. No entanto, entre os reinos do mundo, percebe-se que não é bem assim. É possível ver que, em muitos casos, não são os valores opostos que geram as "tensões", pois tais valores só são defendidos enquanto parecem trazer uma vantagem para um político, partido ou governo. Por isso, no reino dos homens, os valores, muitas vezes, são negociados. No final das contas, nesse reino humano não são valores que importam, mas sim permanecer, crescer no poder e "ter um nome célebre"!
Visto que os reinos da terra são tão perversos, corruptos e injustos, sendo assim opostos a Deus, qual a esperança nós temos? No livro do profeta Daniel, no capítulo 2, Deus dá um sonho ao rei Nabucodonosor sobre uma estátua que representava os reinos da terra. Na interpretação de Daniel, uma verdade torna-se incontestável: "o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre" (Dn 2.44-45).
Quando Daniel recebeu a revelação do sonho ele orou: "...Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes" (Dn 2.20-21). Em sua oração, Daniel deixa claro que o poder e a sabedoria pertencem a Deus! No sonho, uma pedra cortada sem auxílio de mãos esmiuçou os reinos do mundo representados pela estátua. Este é o Reino de Deus, ele é eterno, jamais passará! Por mais que homens ímpios busquem edificar o seu reino na terra, todos eles passarão!
Cristo, a pedra, já veio e declarou: "Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós" (Lc 11.20). Cristo deu um golpe fatal na força espiritual maligna por detrás dos reinos do mundo, ele expiou o pecado do seu povo, venceu a morte, recebeu toda autoridade no céu e na terra e reina à direita do Pai (Jo 1.29; Mt 28.18-20; Ef 1.19-23.). A vitória já foi conquistada, mas ainda resta a consumação, vivemos no "já e ainda não".
O Reino de Deus é de plena justiça, paz e alegria (Rm 14.7), os salvos já desfrutam dessas bênçãos, mas ainda não plenamente. Ainda convivemos com o pecado, com uma política cheia de corruptos, uma justiça cheia de injustiças, e com perseguições por reinos humanos com valores totalmente contrários aos do Reino de Deus. Porém, temos uma firme esperança nos dada em Daniel: o Reino de Deus triunfará sobre os reinos do mundo!
- Ore "Venha o teu Reino".
- Viva a sua dupla cidadania (terrena e celestial) com responsabilidade, seja um bom cidadão na terra, cumprindo seus deveres, mas sempre fundamentando-se nos valores do reino eterno. Viva como "raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus" (2Pe 2.9-10)
- Tenha sua esperança fundamentada, não nos reinos deste mundo, mas no Reino de Deus que já veio e virá em sua plenitude: “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino”. (Lc 12.32).
A Cristo pertence o Reino!
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